Lendas dos Judeus #19 (A queda do homem)


ADÃO: A queda do homem
Entre os animais a serpente era notável. De todos ela possuía as mais excelentes qualidades, nalgumas das quais assemelhava-se ao homem. Como o homem ela caminhava sobre dois pés, e tinha o peso igual ao de um camelo. Não fosse a queda do homem, que trouxe infortúnio também sobre elas, bastaria um par de serpentes para realizar todo o trabalho que o homem tem de fazer; além disso, elas teriam lhe fornecido prata, ouro, jóias e pérolas. Na verdade, foi justamente essa habilidade da serpente que causou a ruína do homem e sua própria ruína. Seus dons intelectuais superiores levaram-na a ser infiel. Isso também explica a inveja que tinha do homem, especialmente de suas relações conjugais. A inveja da serpente fez com que ela imaginasse diversos modos e maneiras de ocasionar a morte de Adão. Ela conhecia bem demais o caráter do homem para tentar exercitar seus exercícios de persuasão sobre ele, por isso abordou a mulher, sabendo que as mulheres são facilmente enganadas.
“DA MESMA FORMA QUE ELE CRIA E DESTRÓI MUNDOS…”
Sua conversa com Eva foi habilmente planejada, de modo à mulher não ter como escapar da armadilha. A serpente começou:
– É verdade que Deus disse “vocês não podem comer de toda árvore do jardim”?
– Podemos – respondeu Eva – comer o fruto de todas as árvores do jardim, exceto daquela que fica no meio do jardim. Essa não devemos nem mesmo tocar, para que não sejamos feridos de morte.
Ela disse assim porque em seu zelo de guardá-la de transgredir o mandamento divino Adão havia proibido Eva de tocar a árcore, embora Deus tivesse mencionado apenas o consumo do fruto. Permanece verdadeiro o provérbio que diz: “melhor um muro firme de dez palmos de altura do que um de cem metros que não tem como ficar em pé”. Foi o exagero de Adão que permitiu à serpente persuadir a mulher a provar do fruto proibido. A serpente empurrou Eva contra a árvore e disse:
– Está vendo? Tocar a árvore não causou a sua morte. Comer o fruto da árvore também não vai lhe fazer mal algum. Não foi nada menos que perversidade que induziu a proibição, pois assim que comerem vocês serão como Deus. Da mesma forma que ele cria e destrói mundos, vocês terão também o poder de criar e destruir. Da mesma forma que ele mata e faz voltar à vida, vocês terão também o poder de matar e reviver. Ele mesmo comeu o primeiro fruto da árvore, e criou em seguida o mundo. É por isso que ele os proibiu de comer, para que vocês não criem outros mundos. Todo mundo sabe que artesãos do mesmo ofício odeiam uns aos outros. Além disso, vocês não perceberam que toda criatura tem autoridade sobre a criatura criada antes dela mesma? O céu foi feito no primeiro dia e é mantido no lugar pelo firmamento, feito no segundo dia. O firmamento, por sua vez, está submetido às plantas, criadas no terceiro dia, pois elas absorvem toda a água do firmamento. O sol e os outros corpos celestes, criados no quarto dia, exercem domínio sobre o mundo das plantas, que podem amadurecer seus frutos e florescer apenas através da influência deles. A criação do quinto dia, o mundo animal, exerce domínio sobre as esferas celestes; veja o ziz, que pode escurecer o sol com suas asas. Mas vocês são mestres de toda a criação, porque foram os últimos a serem criados. Comam depressa o fruto da árvore que está no meio do jardim e tornem-se independentes de Deus, para que não aconteça que ele produza novas criaturas que exerçam domínio sobre vocês.
“ELE MESMO COMEU O PRIMEIRO FRUTO DA ÁRVORE”.
Para dar peso a essas palavras, a serpente começou a sacudir violentamente a árvore, fazendo cair seus frutos. Ela comeu deles, e disse:
– Da mesma forma que eu não morro comendo do fruto, vocês também não morrerão.
Eva nada pôde fazer além de dizer a si mesma: “Tudo que meu mestre me ordenou (pois era assim que ela chamava Adão) não passam de mentiras!”. E estava determinada a seguir o conselho da serpente. Ela porém não conseguiu forçar-se a desobedecer o mandamento de Deus por completo. Eva chegou a um meio-termo com sua consciência: comeu primeiro só a casca da fruta; em seguida, vendo que a morte não lhe sobrevinha, comeu o fruto em si.
Mal havia terminado, ela viu o Anjo da Morte diante de si. Esperando que seu fim chegasse imediatamente, Eva determinou fazer Adão também comer do fruto proibido, para que ele não se casasse com outra mulher depois da sua morte. Foram necessários lágrimas e queixumes da parte dela para convencer Adão a tomar o passo fatídico. Não satisfeita, Eva deu o fruto a todos os seres vivos, para que estivesse também sujeitos à morte. Todos comeram e são todos mortais, com exceção do pássaro malham, que recusou o fruto com as seguintes palavras:
– Não basta vocês terem pecado contra Deus e terem trazido a morte sobre outros? Vocês vêem ainda até mim, tentando me persuadir a desobedecer o mandamento de Deus, para que eu coma e morra por causa disso? Não vou fazer o que vocês estão querendo.
“ALÉM DISSO, VOCÊS NÃO PERCEBERAM QUE TODA CRIATURA TEM DOMÍNIO SOBRE A CRIATURA CRIADA ANTES DELA MESMA?”
Ouviu-se então uma voz celestial que disse a Adão e Eva:
– A vocês a ordem foi dada, e vocês não a obedeceram. Ao contrário, transgrediram-na e tentaram persuadir o pássaro malham a fazer o mesmo. Ele foi fiel e me temeu, muito embora eu não tivesse dado a ele mandamento algum. Afirmo portanto que ele jamais provará a morte, nem ele nem os seus descendentes: viverão todos para sempre no Paraíso.
Adão disse a Eva:
– Você me deu da árvore que eu a proibi de comer? Você me deu dela sim, pois meus olhos se abriram, e estou com um azedo nos dentes1 da boca.
Eva respondeu:
– Se tenho um azedo nos dentes, que os dentes de todos os seres vivos tenho o azedo também.
O primeiro resultado foi que Adão e Eva ficaram nus. Antes disso seus corpos haviam estado cobertos por uma pele córnea, e envoltos na nuvem da glória. Mal haviam violado o mandamento dado eles, caíram deles a nuvem de glória e a pele córnea, e ficaram ali em sua nudez, envergonhados. Adão tentou juntar folhas de árvores para cobrirem seus corpos, mas ouviu uma árvore após a outra dizer:
– Esse é o ladrão que enganou seu Criador. Não! Não virá contra mim o pé da insolência, nem me tocará a mão2 do perverso!
Apenas a figueira deu-lhe permissão de tirar suas folhas, porque o figo era ele mesmo o fruto proibido. Adão teve a mesma experiência do príncipe que seduziu uma das camareiras do palácio. Quando o rei, seu pai, saiu em seu encalço, ele buscou em vão refúgio entre as outras camareiras, mas apenas a que havia ocasionado a sua desgraça prestou-lhe assistência.


Lendas dos Judeus é uma compilação de lendas judaicas recolhidas das fontes originais do midrash(particularmente o Talmude) pelo talmudista lituano Louis Ginzberg (1873-1953). Lendas foi publicado em 6 volumes (sendo dois volumes de notas) entre 1909 e 1928.
Tradução: Paulo Brabo

12 comentários:

  1. Se foi Deus quem proibiu Adão e Eva de comerem do fruto, foi Ele quem criou a primeira lei, (não comer do fruto). Então, Ele criou o pecado, já que o pecado vem da criação da leis !?

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  2. Quando Adão e Eva comeram do fruto, Deus falou que o homem tinha se tornado como Ele, conhecedor do bem e do mal. O que Ele estava querendo dizer com isso? Se ele se tornou igual a Deus é pq de alguma forma Deus já tinha estado no papel de transgressor?

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  3. Vamos lá...
    Antes de entender a resposta, você precisa se desprender da ideia de que a narrativa de Gênesis é um fato histórico. A narrativa é uma lenda. Enquanto você analisa-la como um fato, mais complicado vai parecer. Você precisa ler gênesis como um conto popular, uma lenda, mito, poema, etc. Não são todas as histórias, creio eu, mas boa parte está escrita assim.

    Primeiro: se você ler gênesis como um fato, você deve aceitar a ideia de uma cobra falante, de uma mulher feita de uma costela, etc. Já sabemos que a cobra simboliza o pecado (o desejo de criar leis e burla-las). Paulo ensina que a narrativa da mulher "ser feita da costela" simboliza a ideia de que ela não foi feita do pé (para não ser subjugada pelo homem) ou da cabeça (para viver acima dele), mas da costela (para viver ao seu lado). A narrativa de que a mulher foi feita da costela, significa que ela foi feita para viver ao lado do homem assim como uma costela. Simples assim! Outro problema com a leitura atual de gênesis é justamente essa questão que você levantou. Se realmente tivesse existido uma árvore, Deus seria culpado de tudo simplesmente pelo fato de Ele ter criado aquela árvore. Porém, já aprendemos que, na verdade, a "árvore do conhecimento do bem e do mal" é o homem. E que o "fruto" são as leis. Aprendemos que as leis produzem morte. Porque você será punido por tudo aquilo que você transgrediu. Se não havia nada para transgredir, você não tem de que ser cobrado. Mas a questão, como você levantou, é: "Se foi Deus quem proibiu Adão e Eva de comerem do fruto, foi Ele quem criou a primeira lei, (não comer do fruto). Então, Ele criou o pecado, já que o pecado vem da criação das leis !?"

    Primeiro: Lei e pecado são coisas diferentes. Então não podemos afirmar "foi Ele quem criou a primeira lei, (não comer do fruto). Então, Ele criou o pecado". O pecado é a TRANSGRESSÃO da lei. Não é a lei em si. A lei é a regra pela qual você será julgado se transgredir. O pecado é a transgressão, não a lei.

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  4. O problema é que você ainda está analisando a cena de Deus chegando pra Adão e dizendo que não deve "comer do fruto". Se você ver assim, com certeza todos nós veremos a culpa de toda a queda, em cima de Deus. É óbvio. Mas a questão é que Deus está, nesse conto, explicando ao homem que o pecado surgiu com a criação da lei. Isso não significa que a primeira lei foi criada por Deus. Ele está se referindo a qualquer momento da história da humanidade quando os homens passaram a depender de leis para tentar se "aproximar do divino" (leia o artigo "É assim que você deixa Deus em dívida com você" aqui no blog). Deus não disse "não coma do fruto" a Adão. Ele disse isso a todos nós. O que eu quero que você entenda é que Deus simplesmente usou uma história para contar isso a todos nós. A mensagem que está por trás disso é: "se vocês criarem leis para tentar viver independente de Mim, essas leis serão usadas para julgar vocês". É como uma armadilha que pega o caçador que a montou. Os Judeus têm 613 leis. Ou seja, 613 argumentos contra eles mesmos para serem julgados. Deus não está, com essa história, criando uma lei para não criarmos leis. Isso é contraditório. O que Deus está fazendo é alertando. Ele está dando a consequência da atitude do homem se ele seguir aquilo. Um ponto importante de se observar é que Gênesis foi escrito por Moisés. Ou seja, todo o povo Judeu já estava formado na época em que o livro foi escrito. Quando Deus inspira Moisés pra escrever o conto de Adão e Eva, Ele está mandando uma mensagem ao seu povo. É como uma carta que explica como sair de um erro ao povo que caiu no erro. Eu não quero dizer que Adão e Eva não existiram, isso ninguém pode afirmar. Mas o que eu posso afirmar é que a história deles é simplesmente uma forma de Deus instruir seu povo. Igual as parábolas que Jesus usava. Ele não queria contar ao povo uma história sobre o bom samaritano, Ele estava doutrinando contra o preconceito e ensinando o amor ao próximo. Ele não estava falando sobre um filho que abandonou o pai (filho pródigo). Ele estava ensinando sobre o perdão. Sobre como Deus acolhe seus filhos que foram embora e resolveram voltar. Ele não estava contando como a primeira lei surgiu (Adão e Eva) Ele estava/está ensinando que através dela nós damos vida ao pecado. E está fazendo um apelo para que larguemos essa ideia de "deixa-Lo em dívida conosco" atarvés do cumprimento das leis.

    Se ainda não ficou claro, pode expor suas dúvidas que vou tentar esclarecer da melhor forma possível.
    Abraço.

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  5. "Quando Adão e Eva comeram do fruto, Deus falou que o homem tinha se tornado como Ele, conhecedor do bem e do mal. O que Ele estava querendo dizer com isso? Se ele se tornou igual a Deus é pq de alguma forma Deus já tinha estado no papel de transgressor?"

    Bem, como já ficou explicado nas respostas anteriores, conhecer o bem e o mal não faz de você um transgressor. O que te faz ser um transgressor é você burlar algo que você tinha conhecimento de que fazer aquilo era errado. Deus já conhecia o bem e o mal. Mas a diferença é que o conhecimento que Ele tinha/tem do bem e do mal não é através das leis. Como? Por mais que Ele viva num espaço independente de leis, Ele sabe que a punição vem através delas. Pra Deus, creio eu, o bem seria um universo de amor e paz onde a justiça dEle não precisaria ser revelada já que não haveria transgressões por não haver leis. O mal, consequentemente, seria um universo que adotou as leis para colocar as coisas no eixo. Portanto, a justiça de Deus precisa ser revelada onde há transgressão. E onde há transgressão, há lei. E isso vai nos levar a outra questão: "se o espaço onde Deus vive é independente de leis e a justiça de Deus só se revela onde existe lei, então pq Lúcifer foi punido já que o que ele fez não era proibido? E se não era proibido, a justiça de Deus não deveria te-lo punido." Vamos lá...

    A atitude de Lúcifer foi um ato de orgulho e rebeldia. De acordo com meu discurso, ambos não eram proibidos quando isso aconteceu. Então pq houve punição? Bem, você concorda que algo pode não ser considerado errado até o momento em que, ao conhece-lo melhor, você sabe que aquilo não é bom? Ou que algo não é considerado errado porque não existe, mas ao vir a existência, uma série de coisas nos leva a julgar como sendo bom ou mal. Pq? Geralmente usamos a norma da consequencia para avaliar isso. A morte é ruim porque leva quem eu amo. E se eu não tenho quem eu amo por perto, alguma coisa faz com que isso não seja agradável pra mim. Fome é ruim porque me deixa fraco. Se estou fraco, não consigo realizar algumas tarefas tão bem quando realizo de "barriga cheia". Roubar é ruim pq tira de alguém algo que ele precisa. Quem tira, geralmente não está pensando na falta que aquilo vai fazer ao outro. Consequentemente, quem tira não ama o próximo a ponto de pensar na consequência de seu ato para com o outro antes de executa-lo. Eu digo que amar o próximo é bom. Pq? Porque eu ajudo o outro no que ele precisa, eu posso dar oportunidades para uma vida boa ao meu amado, eu me disponho a ajuda-lo em momentos difíceis, etc. Mas todas essas expressões de: "não ama", vida boa", "agradável", "fraco", etc. São observações que fazemos de que algo é bom ou ruim por causa da consequência de que aquilo vai trazer. Que também julgamos ser boa ou má. E julgamos assim por causa de outra consequência que julgamos boa ou má. E dessa forma nos vemos dentro de um círculo vicioso sobre bem e mal e causa e consequência que leva ao que é bem e mal novamente.

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  6. O que eu quero dizer com isso é que todos nós, de certa forma, sabemos o que é bom e mal sem precisarmos de leis. O problema é quando usamos as leis para fazer o que eu explico no artigo "É assim que você deixa Deus em dívida com você".

    O primeiro homem a pisar num espinho, creio eu, julgou aquilo ruim sem precisar de uma lei que dissesse que não deveria pisar em espinhos. E seu julgamento foi baseado nesse circulo vicioso que descrevi acima. Deus deve ter julgado a rebeldia de Lúcifer como um ato mal pela consequência que aquilo poderia e causaria em qualquer um que fizesse a mesma coisa. Ou pela forma que aquilo tomou. Ou seja lá como foi. Isso não cabe a mim explicar já que eu não consigo sentir e enxergar as coisas como Deus normalmente enxerga. Da mesma forma que um ser imaterial não entende como o homem julga ruim pisar em espinhos. Mas ai você pode levantar outra questão: "mas se a atitude de Lúcifer ao se rebelar foi a primeira de todas, Deus não deveria ter dado mais uma chance a ele?". Bem, quando o primeiro cara que pisou num espinho viu que aquilo não era bom, eu acredito que ele tentou evitar todos os espinhos que estivessem em seu caminho ao invés de pisar de novo pra ver se a dor não aconteceria novamente. E, creio eu, se ele encontrasse espinhos em seu jardim, a sua atitude seria corta-los fora para não sufocar as plantas boas. (Esse "boas" foi proposital). Quando você sabe que armas matam, você quer se livrar de todas que estão apontadas pra você, correto? Quando você sabe que a tomada dá choque, você coloca algo para tampar os espaços onde seu filho poderia pôr o dedo. Quando você descobre que o veneno da serpente é fatal, você quer tirar as serpentes de perto dos seus amigos, não? E ai surge mais uma questão: "Se Deus expulsa Lúcifer do paraíso para que seu "veneno" não faça mal aos seres de lá, porque Deus o 'joga' aqui?" Bem, quando o homem foi criado o pecado já existia. Paulo fala isso lá em Romanos (não lembro a referência). Mas o pecado existia por ele ter se originado em Lúcifer. Com o pecado por aqui, ele não tinha poder sobre nós enquanto não existiam leis. Da mesma forma que um espinho não pode perfurar o pé de um ser imaterial. É impossível. O problema foi, voltando ao início de todas essa questões, a criação das leis. Ao criar leis, nos tornamos vulneráveis ao pecado. É por isso que a culpa da queda do homem, está no homem e não em Deus.

    Mas mesmo assim uma outra questão entra em cena: "se existia a possibilidade de Lúcifer tentar o homem, pq Deus não o destruiu logo ao invés de bani-lo?" E por mais que eu queira responder essa, não vou falar nada pq eu fiz essa pergunta a uma amiga e ela ainda não me respondeu. Então, pra não correr o risco de ela colar daqui, vou deixar essa questão em aberto. Se alguém tiver algum palpite, a vez é sua!

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  7. Se você tivesse explicado com essas palavras antes, já teria entendido a muito tempo! Obrigada.

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  8. Então, já li e pensei um bocado a respeito do assunto '-' E as ideias que tive são as seguintes:

    Se Deus tivesse destruído satanás, e nós conhecêssemos (como conhecemos) toda a história dele, seria muito fácil amar a Deus. Mas como isso não aconteceu, a história muda. É uma questão de FÉ amar a um Deus que tinha (e tem) todo o poder para destruí-lo e acabar com nossas provações a qualquer hora, mas que simplesmente opta pelo contrário, nos prometendo uma vitória futura.

    A vida de satanás é meio que para glória de Deus. Através das provações e vitórias nós damos testemunho de um Deus poderoso, misericordioso e cheio de amor.

    Nós sabemos que um dia satanás será destruído (como consequência das suas escolhas). Mas creio que Deus não seria muito “justo” (não sei se essa é palavra certa) se já tivesse feito isso pelo fato de satanás ter escolhido um caminho contrário. Seria como se Ele escolhesse destruir um homem que se tornou um assassino, assim que ele muda de rumo.

    Não sei se consegui explicar bem ;s O assunto ainda tá meio confuso na minha mente. Mas por enquanto é isso ^^

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  9. Em uma conversa que nós tivemos você falou o seguinte: "Nossas atitudes influenciam essa decisão de Deus. Tipo: Ele fez isso para que o diabo seja castigado, mas não como pensamos Deus castigando-o, mas nós."

    Como seria esse castigo nosso para com ele? Seria através da nossa aproximação de Deus , e vitória sobre as provações? '-'

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  10. O castigo é o arrependimento eterno! Seria ele ver um ser criado sem nunca ter "visto" Deus, sem nunca ter experimentado da total glória de Deus e mesmo assim escolher viver pra Deus. O castigo seria o arrependimento contínuo dele ao enxergar isso. Tipo: "Poxa, eu experimentava de tudo de Deus e escolhi jogar tudo fora. Esses seres nunca nem sequer O viram e mesmo assim escolhem adora-lo e no fim de tudo Deus vai permitir que eles sejam iguais a Ele. Meu castigo foi por tentar ser igual a Deus, porém, o destino inevitável dos homens fieis vai ser aquilo que eu desejei de forma errada e que me condenou. O que me destruiu, será dado aos homens como galardão. A glória deles é a minha condenação!" Nesse caso, o castigo não é nosso para com ele. É de Deus para com ele. Nós somos apenas o meio por onde o castigo é revelado. Por isso que o inimigo tem por objetivo a nossa destruição. Simples assim!

    É disso, creio eu, que consiste todo o sofrimento do inferno. Tanto para o diabo, seus anjos e todos que escolheram aquilo. Acredito que o castigo do inferno será/é o Arrependimento eterno. É algo que atinge a alma. O sofrimento não pode ser físico se os seres que habitam lá não são materiais. O sofrimento do inferno, creio eu, é o arrependimento por enxergar a Glória de Deus, mas não poder nem sequer toca-la por causa da escolha que você fez em recusa-la antes.

    Acho que vou escrever um post sobre isso! ^^

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