Observação

Estava conversando comigo mesmo esses dias e comentei sobre o poder da influência do sistema religioso na cultura. Pessoas largam costumes culturais, conceitos formados há muito tempo e estilos de vida que não têm mal algum. Tudo isso depois que os navios da igreja desembarcam em um novo território. Vestem os índios, trocam os nomes do divino, desqualificam o que antes era prioridade, apagam o que não compreendem, constroem um prédio, chamam de templo e convidam a todos para sentarem enquanto ouvem Deus falar. Depois disso está tudo bem. Você é um dos salvos!


Isso acontece em qualquer região ou cultura. A força do sistema religioso é tão grande que é capaz de influenciar um povo inteiro a abandonar costumes enraizados em seu DNA em troca de uma salvação.
Quando falo em sistema religioso, você deve entender que me refiro especialmente ao sistema cristão, já que não tenho muitas informações sobre outras religiões. 
O cristianismo conseguiu formar um nome tão poderoso que qualquer atitude, qualquer pergunta ou qualquer crítica que eu ou você jogarmos contra ele vai resultar em várias bocas abertas e olhos arregalados! "Como ele pode dizer isso?"; "Deus tenha misericórdia dessa pessoa por questionar tanto os planos dEle"; "Como assim você não acredita no que o pastor/padre disse?"; "Não questione essa pregação. Esse pregador é um grande homem de Deus!". 


O nome do cristianismo foi, hereticamente, "igualado" ao nome de Deus. Criticar a forma que o cristianismo tomou é comparado a rogar praga contra o nome de Adonai. Questionar as atitudes desse sistema religioso é como questionar os pensamentos do próprio Deus. "Isso é errado, menino! Cale essa boca pra não falar heresia!"
O medo de ser castigado por isso é imenso. Acredito que o "respeito" que a igreja adquiriu foi baseado no medo de você ser jogado no inferno por ir contra o que se prega. É como se você fosse o funcionário de uma empresa e tivesse de defende-la a todo custo, estando certa ou errada, você deveria estar disposto a defende-la a ponto de seu patrão ver e recompensa-lo por isso. Caso contrário, você será demitido. O problema é que você consegue barganhar seu patrão, Deus não!


O cristianismo tem cerca de 2.106.962.000 (dois bilhões cento e seis milhões e novecentos e sessenta e dois mil) adeptos. Cara, isso é cerca de 1/3 da humanidade. Sabe o que é mais curioso? Tudo isso começou com a pregação de 1 cara. Claro, hoje não tem nada a ver com o que ele pregava, mas vamos observar com a ótica de que mesmo assim isso partiu da pregação dele. Me diz uma coisa: Se com a pregação de um homem, 1/3 da humanidade foi alcançada, por que o resto do mundo não foi alcançado com a pregação dos supostos 2.106.962.000 seguidores da religião? Você pode dizer: "Ah, a diferença é que esse cara era o Filho de Deus. Ele tinha bem mais conhecimento do que temos hoje." Eu até aceitaria essa sua resposta se eu estivesse falando de Cristo. Na verdade, quem começou a pregação (direta) do evangelho foi João Batista. Esse cara que eu falei que começou tudo foi João Batista. Então... Ops!
Estou chamando sua atenção para a seguinte questão: se a força da influência da igreja é tão grande e seu ensinamento é realmente baseado no evangelho, o que tem de errado para que o mundo continue o mesmo? Vejamos o continente Africano. O lugar de maior número de missionários. Alguém ai quer morar na África? Um continente super desenvolvido, sem nenhum conflito, corrupção, um lugar super desejado pelo mundo, não é? Todos nós sabemos que não é bem assim. Mas a questão é: O que está sendo pregado lá, então? É realmente o evangelho de transformação e salvação que vemos na bíblia? A África não foi amaldiçoada por Deus (como um pregador disse um dia desses na internet), a maldição da África é a má influência que ela recebeu do sistema religioso. Essa é a hora que você diz: "Você não pode falar isso do cristianismo!" Está bem. Desculpe! Então não leia esse parágrafo, tá?


Vamos terminar logo esse artigo porque eu já estou ficando triste em pensar muito sobre esse assunto. Quero deixar apenas umas questões para você: Se a igreja usasse toda a sua influência para pregar o que João Batista, Cristo e Paulo pregavam, o que aconteceria? Se todo o esforço para mudar o ser humano fosse investido em aceita-lo e ama-lo como ele é, como seria o mundo? Se o que Eliab diz sobre as igrejas é real, a que distância estamos da verdade?
Estamos vivendo um período que comparo com o tempo em que Cristo esteve aqui. Ele foi rejeitado por sua pregação ser totalmente contrária ao conhecimento predominante da época. "Como Ele pode falar dessa forma?" "Com que autoridade Ele expulsa demônios e diz todas essas coisas?"; "Quem Ele pensa que é para perdoar pecados?"; "Ele ensina que a circuncisão não é necessária. Já ouviu tamanha heresia?"; "Ele cura em nome de Belzebu!".


O mais triste de tudo é ver que Cristo destruiu algo que mais tarde foi reconstruído "baseado" no que Ele disse. Foi como se tudo que Ele disse e fez não tivesse servido de nada! E nesse ponto eu lembro do Antigo Testamento. Deus levantava juízes para ajudar Israel e quando a poeira baixava, Israel virava as costas para Deus e voltava a adorar os ídolos que eles construíram para corresponder a seus desejos. 


OBS: Qualquer semelhança é mera coincidência!






Abraço,
Eliab Alves Pereira

2 comentários:

  1. "Se a igreja usasse toda a sua influência para pregar o que João Batista, Cristo e Paulo pregavam, o que aconteceria? Se todo o esforço para mudar o ser humano fosse investido em aceita-lo e ama-lo como ele é, como seria o mundo?"

    Glória Deus... esse tipo de pensamento deve ser espalhado independente de cultura ou crença!
    :)

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  2. Falou tudo e mais um pouco sobre o que tenho pensado nesses últimos dias. Ótimo texto! =)

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