Eis o Perigo de mexer com pessoas inteligentes

O humorista Danilo Gentili postou a seguinte piada no seu twitter: “King Kong, um macaco que, depois que vai para a cidade e fica famoso, pega uma loira. Quem ele acha que é? Jogador de futebol?”

A ONG Afrobras se posicionou contra: “Nos próximos dias devemos fazer uma carta de repúdio. Estamos avaliando ainda uma representação criminal”, diz José Vicente, presidente da ONG. “Isso foi indevido, inoportuno, de mau gosto e desrespeitoso. Desrespeitou todos os negros brasileiros e também a democracia. Democracia é você agir com responsabilidade” , avalia Vicente.

Alguns minutos após escrever seu primeiro “twitter” sobre King Kong, Gentili tentou se justificar no microblog:


“Alguém pode me dar uma explicação razoável por que posso chamar gay de veado, gordo de baleia, branco de lagartixa, mas nunca um negro de macaco?” (GENIAL) “Na piada do King Kong, não disse a cor do jogador. Disse que a loira saiu com o cara porque é famoso. A cabeça de vocês é que têm preconceito.”

Mas, calma! Essa não foi a tal resposta genial que está no título, e sim ESTA:


“Se você me disser que é da raça negra, preciso dizer que você também é racista, pois, assim como os criadores de cachorros, acredita que somos separados por raças. E se acredita nisso vai ter que confessar que uma raça é melhor ou pior que a outra, pois, se todas as raças são iguais, então a divisão por raça é estúpida e desnecessária. Pra que perder tempo separando algo se no fundo dá tudo no mesmo?

Quem propagou a ideia que “negro” é uma raça foram os escravagistas. Eles usaram isso como desculpa para vender os pretos como escravos: “Podemos tratá-los como animais, afinal eles são de uma outra raça que não é a nossa. Eles são da raça negra”.

Então quando vejo um cara dizendo que tem orgulho de ser da raça negra, eu juro que nem me passa pela cabeça chamá-lo de macaco, MAS SIM DE BURRO.

Falando em burro, cresci ouvindo que eu sou uma girafa. E também cresci chamando um dos meus melhores amigos de elefante. Já ouvi muita gente chamar loira caucasiana de burra, gay de v***** e ruivo de salsicha, que nada mais é do que ser chamado de restos de porco e boi misturados.

Mas se alguém chama um preto de macaco é crucificado. E isso pra mim não faz sentido. Qual o preconceito com o macaco? Imagina no zoológico como o macaco não deve se sentir triste quando ouve os outros animais comentando:

- O macaco é o pior de todos. Quando um humano se xinga de burro ou elefante dão risada. Mas quando xingam de macaco vão presos. Ser macaco é uma coisa terrível. Graças a Deus não somos macacos.

Prefiro ser chamado de macaco a ser chamado de girafa. Peça a um cientista que faça um teste de Q.I. com uma girafa e com um macaco. Veja quem tira a maior nota.

Quando queremos muito ofender e atacar alguém, por motivos desconhecidos, não xingamos diretamente a pessoa, e sim a mãe dela. Posso afirmar aqui então que Darwin foi o maior racista da história por dizer que eu vim do macaco?

Mas o que quero dizer é que na verdade não sei qual o problema em chamar um preto de preto. Esse é o nome da cor não é? Eu sou um ser humano da cor branca. O japonês da cor amarela. O índio da cor vermelha. O africano da cor preta. Se querem igualdade deveriam assumir o termo “preto” pois esse é o nome da cor. Não fica destoante isso: “Branco, Amarelo, Vermelho, Negro”?. O Darth Vader pra mim é negro. Mas o Bill Cosby, Richard Pryor e Eddie Murphy que inspiram meu trabalho, não. Mas se gostam tanto assim do termo negro, ok, eu uso, não vejo problemas. No fim das contas, é só uma palavra. E embora o dicionário seja um dos livros mais vendidos do mundo, penso que palavras não definem muitas coisas e sim atitudes.

Digo isso porque a patrulha do politicamente correto é tão imbecil e superficial que tenho absoluta certeza que serei censurado se um dia escutarem eu dizer: “E aí seu PRETO, senta aqui e toma uma comigo!”. Porém, se eu usar o tom correto e a postura certa ao dizer “Desculpe meu querido, mas já que é um afrodescendente, é melhor evitar sentar aqui. Mas eu arrumo uma outra mesa muito mais bonita pra você!” Sei que receberei elogios dessas mesmas pessoas; afinal eu usei os termos politicamente corretos e não a palavra “preto” ou “macaco”, que são palavras tão horríveis.

Os politicamente corretos acham que são como o Superman, o cara dotado de dons superiores, que vai defender os fracos, oprimidos e impotentes. E acredite: isso é racismo, pois transmite a ideia de superioridade que essas pessoas sentem de si em relação aos seus “defendidos”

Agora peço que não sejam racistas comigo, por favor. Não é só porque eu sou branco que eu escravizei um preto. Eu juro que nunca fiz nada parecido com isso, nem mesmo em pensamento. Não tenham esse preconceito comigo. Na verdade, SOU ÍTALO-DESCENDENTE. ITALIANOS NÃO ESCRAVIZARAM AFRICANOS NO BRASIL. VIERAM PRA CÁ E, ASSIM COMO OS PRETOS, TRABALHARAM NA LAVOURA. A DIFERENÇA É QUE ESCRAVA ISAURA FEZ MAIS SUCESSO QUE TERRA NOSTRA.

Ok. O que acabei de dizer foi uma piada de mau gosto porque eu não disse nela como os pretos sofreram mais que os italianos. Ok. Eu sei que os negros sofreram mais que qualquer raça no Brasil. Foram chicoteados. Torturados. Foi algo tão desumano que só um ser humano seria capaz de fazer igual. Brancos caçaram negros como animais. Mas também os compraram de outros negros. Sim. Ser dono de escravo nunca foi privilégio caucasiano, e sim da sociedade dominante. Na África, uma tribo vencedora escravizava a outra e as vendia para os brancos sujos.

Lembra que eu disse que era ítalo-descendente? Então. Os italianos podem nunca ter escravizados os pretos, mas os romanos escravizaram os judeus. E eles já se vingaram de mim com juros e correção monetária, pois já fui escravo durante anos de um carnê das Casas Bahia.

Se é engraçado piada de gay e gordo, por que não é a de preto? Porque foram escravos no passado hoje são café com leite no mundo do humor? É isso? Eu posso fazer a piada com gay só porque seus ancestrais nunca foram escravos? Pense bem, talvez o gay na infância também tenha sofrido abusos de alguém mais velho com o chicote.

Se você acha que vai impor respeito me obrigando a usar o termo “negro” ou “afrodescendente” , tudo bem, eu posso fazer isso só pra agradar. Na minha cabeça, você será apenas preto e eu, branco, da mesma raça – a raça humana. E você nunca me verá por aí com uma camiseta escrita “100% humano”, pois não tenho orgulho nenhum de ser dessa raça que discute coisas idiotas de uma forma superficial e discrimina o próprio irmão.”





Eu abracei um homem de cueca

Agora a noite surgiu na minha timeline essa foto, e a legenda: Grupo de cristãos foi à parada gay com cartazes dizendo “desculpe-nos pela forma como a igreja tratou vcs”.

Eu pensei CARAMBA, ELES ESTÃO FAZENDO ISSO CERTO! A gente tá cansado de ver grupos cristãos extremistas lá fora protestando contra tudo (tipo Michael Jackson, Madonna e gays) com insultos grotescos muitas vezes, e isso toma a mídia que ganha mais um argumento pra moldar o cristão fanático e intolerante. E é, a igreja é muitas vezes fanática e intolerante, acho que por isso eu fiquei tão feliz com essa notícia aqui.
Em junho de 2011 rolou mais uma Chicago Pride Parade (tipo uma parada gay da gringa), e um grupo de cristãos colou lá com camisetas escritas “I’m sorry” e cartazes ”I’m sorry the way churches have treated you” (me desculpe pela forma como a igreja tem tratado vocês) e tiveram uma experiência de relacionamento com os participantes da parada, abraçaram geral, sorriram, fizeram algo muito mais “cristão” do que julgar e insultar. Nathan Albert (o gordinho abraçando o brother de cueca na foto) escreveu no seu blog sobre o trabalho realizado:


” Eu abracei um homem de cueca. E acho que Jesus faria o mesmo.
[...] nós queríamos ser uma voz cristã alternativa aos portestantes que estavam lá gritando “ódio” no megafone.
O que eu mais amei aquele dia foi quando as pessoas “entenderam”. Eu curti assistir a expressão das pessoas quando viam nossas camisetas, liam os cartazes e olhavam de volta pra gente. As respostas foram incríveis. Alguns nos mandavam beijos, outros vinham nos abraçar, outros gritavam OBRIGADO! Algumas garotas vieram e disseram que fomos a melhor coisa que elas viram durante o dia todo. Eu queria ter contado quantas pessoas me abraçaram. Um cara em particular disse suavemente: Bem, eu perdôo vocês.
Ver as pessoas reconhecendo nossas desculpas me fez chorar várias vezes. Aquilo era a personificação da reconciliação.

[...] infelizmente a maioria dos cristãos não pensariam nem se aquele cara dançando de cueca branca (foto) tem um nome. Bem, ele tem. Se chama Tristan. De qualquer forma, eu acho que Jesus o teria abraçado também. Isso é exatamente o que li nas escrituras: Jesus andando com pessoas que os religiosos fugiriam. Alguma relação entre aquela época e agora? Eu acho que sim.

Eu abracei um homem de cueca. Abracei forte. E tenho orgulho disso. “


Chega de pregar amor e praticar intolerância, chega de julgar julgar julgar antes de amar. Chega de se achar melhor. Passou da hora de sermos mais parecidos com Jesus.


Deixo aqui o meu abraço, esteja você vestido ou só de cuequinha branca


- postado por Rods


“Enquanto as pessoas ficam presas no pequeno mundinho do preconceito usando a bíblia para perpetuá-lo um pequeno grupo de pessoas vivem fazendo como está na palavra “amar como Jesus amou.” – Alberto Simizu.


Outras Frequências (Vídeo)



Seria mais fácil fazer como todo mundo faz.
O caminho mais curto, produto que rende mais.
Seria mais fácil fazer como todo mundo faz.
Um tiro certeiro, modelo que vende mais.

Mas nós dançamos no silêncio,
choramos no carnaval.
Não vemos graça nas gracinhas da TV,
morremos de rir no horário eleitoral.

Seria mais fácil fazer como todo mundo faz,
sem sair do sofá, deixar a Ferrari pra trás.
Seria mais fácil, como todo mundo faz.
O milésimo gol sentado na mesa de um bar.

Mas nós vibramos em outra frequência,
sabemos que não é bem assim.
Se fosse fácil achar o caminho das pedras,
tantas pedras no caminho não seria ruim

(Engenheiros do Hawaii)

Eliab, seu hipócrita!

Quem me conhece sabe que odeio sistemas, de igrejas a partidos políticos, pra mim é tudo igual. E é por isso que esse artigo vai deixar muita gente que me conhece de boca aberta.

Estive analisando meus pensamentos outro dia sobre instituições religiosas. Todos sabem que eu não concordo com 99% das coisas que elas fazem e motivos eu tenho o suficiente para deixar esse post um saco.

Se você acompanha meus artigos você já deve ter notado que eu trato as pessoas de maneira diferente. Principalmente em relação a igreja vs. pecador. Sempre tive mais afinidade com pecadores do que com religiosos. Sempre abracei aqueles que a instituição chuta. Talvez esse tenha sido o principal motivo pra eu me afastar desse meio. Uma vez que eu faço parte daquele grupo, eu fico limitado, não necessariamente na prática, mas na teoria, a fazer o que aquele grupo faz. Essa sempre foi minha acusação contra a igreja, e ainda é: Vocês não dão a mão aos que precisam, discriminam os homossexuais e drogados, proíbem seus membros de frequentarem lugares onde o número de pecadores é maior, vocês se acomodam dentro de quatro paredes enquanto o mundo lá fora pega fogo. Nas duas horas que duram os cultos ou missas milhões de pessoas morreram fisicamente, espiritualmente e mentalmente sem conhecer a Cristo. Vocês nunca reúnem todas as instituições diferentes de vocês para fazer uma ação social que ajude as pessoas que precisam. Quando fazem, é criticando a outra instituição que não fez, fazem tudo para que seu nome apareça o máximo possível visando com aquele evento o aumento do seu público. O pior de tudo é que vocês dizem fazer isso em nome de Deus. Eu sei que o propósito é esse. Mas a falta de conhecimento de vocês e a limitação que vocês próprios se puseram não permite que vocês façam isso. E vocês acabam fazendo algo pra vocês mesmos achando que fazem pra Deus.

Esses são alguns dos argumentos que eu sempre usava/uso para desaprovar a instituição religiosa. Tudo gira em torno da exclusão do pecador e da aprovação do religioso. Porém, uma coisa me chamou a atenção: Eu condeno os religiosos por excluírem os pecadores que amo e procuro amar. Meu objetivo é apresentar Cristo aos pecadores e me tornar amigo deles. Mas uma coisa eu não tinha percebido: Enquanto eu condeno os religiosos, eu estou fazendo a mesma coisa que eles fazem com os outros pecadores. De certa forma eu estou fazendo a mesma coisas que eles, só que ao inverso. De todo jeito eu estou oferecendo amor a uns e cerrando os punhos para os outros. E ai eu me lembro da fala de Jesus: "De que adianta amar somente aqueles que me amam?" Ou, em outras palavras, de que adianta escolher a quem amar uma vez que eu acabo excluindo outros que também precisam daquele amor?

Eu me vi fazendo exatamente aquilo que mais condeno: Excluir pessoas pelo que elas são.

Acredito que me vi com essa revolta contra a religião por sentir confiança no testemunho de Cristo e achar que poderia fazer o mesmo. Uma vez que Cristo desaprovava e mostrava ira contra os religiosos eu me vi no mesmo direito. Cristo demonstrou tolerância zero para com os mestres da Lei enquanto sentava na mesa para comer com cobradores de impostos. Por que eu não posso fazer o mesmo? Acredito que a melhor resposta seja essa: Quando um Pai repreende o filho mais velho por ensinar algo errado ao mais novo, isso não dá direito de o filho mais novo usar desse exemplo para repreender o mais velho. O primogênito estava errado em ensinar algo que não conhecia e o Pai tem todo o direito de cobrar isso dele. Porém, a atitude do Pai para com o filho mais velho é para que o irmão mais novo não venha a falhar em alguma coisa por causa daquele ensinamento errado. Mas a repreensão serve também para corrigir o irmão mais velho. Talvez ele ensinou da forma errada porque não aprendeu como deveria, talvez ele fez aquilo só pra ver o irmão quebrar a cara, quem sabe? Mas independente de qual foi a atitude dele, a reação do Pai em relação a ele é de correção e não condenação.

Esse foi meu grande erro. Analisei o discurso de Cristo contra os religiosos e pensei que ele fez isso condenando-os quando na verdade ele estava demonstrando amor por eles. Todo pai sabe que a bronca que dá num filho é uma prova de amor tão grande quanto um abraço. E eu, vendo apenas como o irmão mais novo, fiz a coisa errada.

A atitude que Cristo tinha pelos religiosos não era de condenação. Estava mais para um "ei, isso tá errado. Vocês não vão conseguir nada fazendo dessa maneira". Por mais que ele se utilizasse de palavras bem mais duras, se analisarmos bem era isso que ele estava querendo dizer. E outra coisa muito importante: Esse discurso de Cristo mostra que tanto os pecadores quanto os religiosos estão num só nível porque ele mostra que mesmo se aproveitando de toda a Lei eles não conseguiam agradar a Deus uma vez que discriminavam o próximo.

"Que droga! Eu sou um deles." Essa foi minha reação. E neste post eu só quero pedir desculpas a todos os religiosos e a todas as instituições pelas minhas criticas, piadas e ataques. Aprendi que se eu quero amar TODOS os pecadores, então eu devo amar vocês também. Talvez essa seja a tarefa mais difícil da minha vida. Não vou me tornar religioso ou procurar uma igreja para congregar, jamais! Esse meu discurso é para expor meu erro e mostrar a outros que seguem o mesmo caminho que eu que nós estamos sendo hipócritas. Isso não significa que vou me tornar um de vocês. Pedir desculpas não significa compactuar do mesmo erro. O meu desafio agora é olhar para os religiosos sem discriminá-los. Vou continuar chamando atenção, sim! Mas não como antes. Antes era como o irmão mais novo: só por diversão e contenda. Agora, se eu conseguir, é por amor.

"Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando."
"Serpentes, raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno?"


Desculpem-me,
Eliab Alves Pereira

Não consigo mais escrever. Agora ouçam! (Vídeo)

Ele é uma Pessoa!

Uma vez, falando sobre a Santíssima Trindade, C.S. Lewis comentou:
A união entre o pai e o filho é algo tão concreto e vivo que essa própria união é também uma pessoa. Sei que isso é quase inconcebível, mas vamos tentar encará-la da seguinte forma. Você sabe que as pessoas, quando se reúne em família, clube ou sindicato, falam do "espírito" de família, do clube ou do sindicato. Elas dizem isso porque os membros, quando reunidos, realmente desenvolvem formas particulares de falar e comportar-se que não teriam se estivessem separados. Parece que esse tipo de reunião traz à existência uma espécie de personalidade comunitária. É claro que não se trata de uma pessoa real; trata-se antes de algo parecido com uma pessoa. Porém, essa é apenas uma das diferenças entre Deus e nós. O que emana de uma junção entre a vida de um pai e a de um filho é uma pessoa real. Trata-se na realidade da terceira das três pessoas que são Deus.
Essa terceira pessoa chama-se, em linguagem técnica, Espírito Santo ou "espírito" de Deus. Não fique surpreso ou assustado se você achar isso (ou ele) mais vago e mais nebuloso na sua mente do que as outras duas pessoas. Acho que há  uma razão para ser assim. Na vida cristã você não costuma olhar para ele. O Espírito Santo está sempre agindo por meio de você. Se você imagina o Pai como algo que está "lá fora", na sua frente, e o Filho como alguém que está parado do seu lado, ajudando-o a orar, tentando torná-lo um outro filho, então deve pensar na terceira pessoa como algo que se encontra dentro de você ou atrás de você. Quem sabe algumas pessoas achem mais fácil começar com a terceira pessoa e trabalha daí pra trás. Deus é amor e esse amor é trabalhado por meio do homem - especialmente por meio da comunidade cristã. Porém, esse espírito de amor é, desde toda a eternidade, um amor que se dá entre o Pai e o Filho.
(Cristianismo Puro e Simples)

Quero pegar esse pensamento do Lewis e trabalhar uma questão bastante questionada e divergida entre os cristãos. Sempre ouvimos falar sobre o Espírito Santo, Pentecostes, Avivamento, etc. Algo que sempre me causou dúvida foi: Pra quê serve isso? Paulo me ajudou a entender dizendo que o Espírito Santo é um revestimento de poder para o salvo. Mas outra dúvida me ocorria: Isso que vemos hoje é real? Algumas igrejas dizem que não é. O que aconteceu no dia de pentecostes foi só naquele dia e pronto. Outras dizem que isso é possível até os dias de hoje. A minha dúvida se dava por causa da minha incredulidade em relação a tudo. Eu sempre acho que as pessoas estão usando de emocionalismo quando algo diferente acontece e elas o intitulam de qualquer coisa que veio do céu.

Existe até hoje ou é coisa que só acontece uma vez?
É real ou apenas emocionalismo?
Pra quê serve?

Pra essas perguntas eu já tenho a resposta. Agora quero compartilhar com vocês mais uma dúvida e, possivelmente, a resposta.

Outra dúvida seria: Quando as pessoas dizem que o Espírito Santo passa a habitar em nós, como necessariamente é isso? O que faz com que Ele tome essa atitude? Quando isso acontece?

Para a primeira pergunta as pessoas costumam responder: Ele habita em nós para nos convencer do pecado, como se fosse uma consciência. Para a segunda pergunta já me responderam: "Para que o Espírito Santo habite em você, você precisa buscá-lo mais". E para a terceira pergunta já me deram duas respostas: Uma é que "quando você falar em uma língua que não entende, isso é a comprovação de que você foi batizado pelo Espírito Santo e agora Ele habita em você" a outra é que "no momento em que você aceita a Jesus Cristo como seu salvador, o Espírito Santo passa a viver em você".

Bem, meu pensamento é diferente de todas essas respostas. Vou expô-lo e explicar o porque de eu não concordar.

Primeiro: O Espírito Santo não precisa habitar em nós para nos convencer do que é certo e o que é errado. Deus nos deu algo chamado Lei Moral que faz isso muito bem. Alguns vão dizer que a Lei Moral e o Espírito Santo são a mesma coisa. Mas pra dizer isso eles precisam concordar que a Lei Moral que habita na mente de um pedófilo é também o Espírito Santo. E dessa forma eles estarão afirmando que o Espírito Santo habita em um pedófilo. Mas isso é assunto pra outro artigo.
Segundo: Para que o Espírito Santo habite em mim eu preciso buscá-lo mais me parece uma resposta um pouco vaga e que coloca o Espírito Santo numa situação de barganha. Eu faço algo e em troca Ele habita em mim. Isso me parece um tanto que manipulável. Essa resposta é bastante convincente e se aproxima da que eu tenho em mente. Mas mesmo assim não é assim que o Espírito Santo vem habitar em meu ser.
Terceiro: Ao falar um idioma que eu não entendo, isso prova que eu fui batizado pelo Espírito Santo. Bem, Paulo nos ensina isso. Ele diz que isso é a confirmação do batismo. Mas ele fala muito bem quando usa a palavra CONFIRMAÇÃO. O falar outras línguas não é o momento em que você foi batizado, é o momento em que Deus confirma para as outras pessoas que você recebeu o Espírito Santo. A outra resposta, a de que O recebemos quando aceitamos Jesus como nosso salvador, pra mim soa até como uma heresia. Quando eu explicar o verdadeiro sentido do Espírito Santo em você, talvez você enxergue isso como heresia também.

Eu entendo que a existência do Espírito Santo em mim é mais do que uma barganha, é mais do que uma língua estranha, é mais do que um convencimento. O Espírito Santo é a pessoa que existe entre mim e Deus. É a pessoa que foi gerada entre meu relacionamento com Deus. É a pessoa que me liga a Deus. Da mesma forma que uma criança é a pessoa que liga o Pai e a Mãe. A criança é a pessoa que foi gerada por consequência do relacionamento entre o Pai e a Mãe.

Como disse C.S. Lewis: "Devemos amar o Pai da mesma forma como o Filho o ama, e o Espírito Santo estará em nós."

Então, acredito que o batismo com ou no Espírito Santo tem mais a ver com o meu relacionamento com Deus do que com coisas visíveis que dá pra eu mostrar aos outros. O Espírito Santo de Deus habita em mim porque Ele passou a existir entre mim e Deus por causa do nosso relacionamento. O Espírito Santo é fruto da minha relação com Deus. Ele só vai existir se eu e Deus estivermos unidos. Ele não vai habitar em mim por causa de uma barganha, por causa de um idioma diferente ou seja lá o que for. O Espirito Santo não é o que vemos ou fazemos. Ele é o resultado da união entre Deus e todo aquele que o ama. Analise a construção de uma família e isso ficará bastante claro. O resultado do amor do pai para com a mãe (ou vice versa) gera o filho.

Não sei que significado isso tem pra você. Mas isso me deixa muito feliz. É muito prazeroso saber que O Espírito Santo é uma pessoa e não uma mão levantada, não um carrasco da moral, nem muito menos uma língua enrolada. Cara, você não tem noção do quanto isso é significativo pra mim! Você consegue formar uma "imagem" do Pai ou do Filho, mas do Espírito Santo, quando você entender isso tudo que eu falei, você vai sacar que Ele é aquele amor que você sente por Deus, mas não é só o amor porque então ele seria apenas um sentimento. Você tem de entender que o seu amor por Deus é retribuído pelo próprio Deus de uma maneira tão grande que o sentimento transforma-se em uma pessoa. Espírito Santo, não posso vê-lo, mas a forma como te sinto é mais real do que uma visão.

Use a família como comparação e você entenderá que a construção da família é a forma mais perfeita de explicar esse pensamento. Termino esse artigo deixando algo que você já deve ter cansado de ler. Mas não dessa maneira:

"...deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á a sua mulher e serão ambos uma só carne..."

Na versão do JovenSapiens [revista e atualizada (para esse artigo)] diz: "deixará o homem tudo que ele amou mais do que a Deus e apegar-se-á a Deus e serão ambos um só Espírito."


Fique na Paz, galera.
Abraço,
Eliab Alves Pereira