
Ele desenvolveu esta técnica por causa do evangelismo de praça que o JV fazia na década de 70. Enquanto ele pintava, as pessoas paravam para ver, o conjunto cantava duas músicas e o evangelista falava o plano da salvação em 10 minutos.
Adorava ver a arte sendo feita, o belo das cores na tela, para mim era um milagre divino um monte de cores batida na tela virar uma mensagem.
Quando cheguei à adolescência comecei a viajar com meu pai e logo ele me colocou para ajudar a montar o cavalete de pintura. Realmente não gostava de montar aquele troço. Pois era chato, maçante e não tinha nada de belo.
Não podia ser de qualquer jeito, cada parafuso tinha que ir no lugar certo, as pernas tinham sua ordem e lugar para serem montadas e eu tinha que montar antes de tudo.
Foi montando o cavalete do meu pai que entendi a liturgia da igreja.
Na adolescência, assim como montar cavaletes, achava a liturgia das igrejas chata, maçante e não tinha nada de belo.
Mas quando entendi que a gente a usava para enxergar o belo e o divino parei de culpá-la por ser tão indesejada por mim.
O problema é que alguns cultos que eu ia, tornaram a liturgia o produto final. Era como se, uma vez por semana, gastasse um bom tempo montando o cavalete de pintura junto com meus amigos e o fizéssemos com muito zelo e respeito e, ao final olhássemos para o cavalete e voltássemos para casa felizes por fazermos o que estava em nossas mãos.
Sem a pintura, não há sentido nenhum montar o cavalete! Sem o milagre do evangelho de Deus sendo pronunciado e vivido não há razão nenhuma de se ter liturgia ou culto.
Cometemos o mesmo erro de todas as religiões em achar que podemos manipular o divino e controla-lo. O máximo que podemos fazer é montar o cavalete, sentar na frente dele e pedir: Senhor, se for da tua vontade, pinta pra nós, pois é tudo que estamos esperando aqui!
Por: Marcos Botelho
Por: Marcos Botelho
0 comentários:
Postar um comentário