A morte de Deus

Ele foi morto. Seu corpo foi destruído. O profeta avisou que ele seria ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades. O calvário foi testemunha do que os homens podem fazer se conseguirem tocar no amor. Ele era puro de coração, manso e humilde. Sua pregação olhava para dentro do homem. Ele se importava com a sujeira de dentro, não com as belas pinturas de fora. Ele negou o poder, abriu mão de sua glória, perdoou na hora da morte.

O Cristo crucificado ensina muita coisa se pararmos para pensar em cada palavra sua e comportamento desde o sinédrio até o calvário. Desde o beijo da traição até o "Está consumado!". Mas os relatos de sua ressurreição também podem nos ensinar algo de extremo valor; Algo que foge das mãos da morte, algo que superar as más interpretações, os mitos, as heresias.

Imaginemos que sua morte e ressurreição sejam metáforas.

Imaginemos que a cruz seja nosso coração, lugar onde desprezamos e assassinamos o amor. Lugar onde guardamos para um Deus morto. Lugar de dor e angústia onde o próprio Deus chorou. Imaginemos nosso coração, corrupto, orgulhoso, narcisista, prepotente, cruel. E se ele fosse a cruz que matou Deus dentro de nós?

A forma de Deus interagir com nosso mundo é através de sua criação. E isso nos inclui. Como um avatar. Como uma cápsula. Deus, para interagir em nosso mundo, precisa de nós assim como um astronauta precisa de sua roupa especial para visitar outros planetas.

Deus veio ao mundo através da pessoa de Cristo para ensinar que cada um de nós pode ser como Cristo foi: expressão de Deus na terra. Cristo foi prova de que a roupa especial do astronauta funciona.

Nosso eu interior foi transformado num calvário por causa de nossa corrupção. O que tínhamos de Deus dentro de nós, foi crucificado por nossa humanidade doentia.

É aí que aprendo com a ressurreição do Cristo.

Nossa missão é ressuscitar o Cristo dentro de nós!

Mesmo depois de matar qualquer vestígio de Deus aqui dentro, aprendi que a vida de Cristo foi para ensinar como ressuscitá-lo em mim.

Tudo que me faz ser uma pessoa má, tudo que me faz olhar apenas pra mim e esquecer o próximo, tudo que eu faço para destruir o mundo em que vivo, tudo isso são chicotadas no corpo de um Deus amarrado dentro do meu ser. O momento em que decido abandoná-lo, esquecer o que ele pode me ensinar, a partir do momento em que escolho a mim em vez do próximo, é nesse momento que Cristo grita: "Pai, perdoa-o, pois ele não sabe o que faz!" E, depois de todo sofrimento, toda dor e angústia, Ele morre. Mas antes de sua morte, Ele brada: "Está consumado!" Foi feito. Sua missão acabou. Combateu o bom combate e guardou a fé. Entregou-se aos necessitados e feridos de almas surradas. Não viveu conforme a sua vontade, mas conforme a necessidade dos seus semelhantes. Consumou-se! 

O que está consumado dentro de nós? Seus ensinos ou sua morte?

Seus ensinos que dizem: "Perdoa, ama, atira se não tiver pecado"; ou sua morte que diz: "Persigam, condenem, discriminem, matem"?


Eliab Alves

1 comentários:

  1. ~Que pena que nem todos entende que ele nos ama... E so lembrã dele quando estao infermo....

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