Infinita Highway


Eu vejo um horizonte trêmulo
Eu tenho os olhos úmidos
Eu posso estar completamente enganado
Eu posso estar correndo pro lado errado
Mas "a dúvida é o preço da pureza"
É inútil ter certeza
(Infinita Highway - Engenheiros do Hawaii)

Todo gênio conhece outro gênio. 

O que me faz melhorar o que sou é saber que existe alguém melhor que eu naquilo que acho que sou bom. Assim terei uma meta a bater, uma linha de chegada a partir. A consciência de que ainda não sou bom o bastante é essencial para me levar ao aperfeiçoamento. Nas palavras de Shakespeare: um tolo pensa ser sábio, mas o homem sábio sabe que é um tolo. 

Nos limitamos quando pensamos que chegamos ao topo da escada. A estrada não deve ter fim, a busca deve ser eterna, nada é pouco e tudo não é o bastante.  O que nos move é o conhecimento de que ainda não terminamos.

George Shinn disse que crescimento significa mudança, e toda mudança implica o risco de passar do conhecido ao desconhecido.

Para ser bom em algo preciso reconhecer que há alguém melhor do que eu. Enquanto não houver metas a serem batidas, não haverá necessidade de lutar. Triste daquele que está no topo da escada e não tem mais para onde ir senão para baixo. Portanto, não subamos escadas, mas desbravemos estradas. Que nossa busca seja para o lado e não para cima. Quem sobe montanhas precisa descer quando a escalada chega ao fim. Quem encara novos horizontes encara mil destinos diferentes. 

Como bem observou Paulo Coelho, todo guerreiro ja ficou com medo de entrar em combate. Todo guerreiro já perdeu a fé no futuro. Todo guerreiro já trilhou um caminho que não era dele. Todo guerreiro já sofreu por bobagens. Todo guerreiro já achou que não era guerreiro. Todo guerreiro já falhou em suas obrigações. Todo guerreiro já disse "SIM" quando queria dizer "NÃO". Todo guerreiro já feriu alguém que amava. Por isso é um guerreiro; porque passou por estes desafios, e não perdeu a esperança de ser melhor do que era.

O leão não persegue se não houver um servo fugindo, o bebê não estende os braços se não houver a mãe para ampará-lo, o corredor só aumentará a velocidade se enxergar seu oponente à frente, a leitura acaba na última página, a estrada termina no abismo, o sono se vai com o cochilo, a sede morre com a água.

O que torna o caminho longo é a estrada que vemos à frente.
Que não nos conformemos com um único caminho; mas que nossos olhos brilhem a cada bifurcação.

Movimentemos a vida com a certeza de que sempre haverá algo à frente, um objetivo a cumprir, uma missão a encarar. Que não permitamos limitar a vida aos limites. Quebremos os grilhões, arrebentemos as cordas, pulemos os muros, avancemos as cercas.

O que faz a vida ser vida é a existência da necessidade de mais um passo. Afinal, o que é a morte senão o fim da liberdade de ir adiante?



Abraço,
Eliab Alves Pereira




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